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terça-feira, 17 de junho de 2008

ENSINO A DISTÂNCIA: UMA REALIDADE?

Atualmente as pressões exercidas sobre as pessoas devido às demandas econômicas, tecnológicas, sociais e políticas fazem com que nos qualifiquem para atender a essas demandas e acompanhar as exigências do mercado. O sistema capitalista (interesse econômico) exige que a educação atenda o maior número possível de pessoas em um menor tempo possível e apresente uma proposta que atenda à política social dominante. Para atender a essas exigências, as pessoas e as organizações estão utilizando, o Ensino a Distância (EAD) como alternativa, e estão encontrando vantagens e desvantagens.

Diante do exposto, cabe nos perguntar: o EAD é uma realidade'? Dentre os diversos conceitos sobre EAD, destacamos o proposto por Alves e Nova (2003), que o define como uma das modalidades de ensino-aprendizagem, possibilitada pela mediação dos suportes tecnológicos digitais e de rede, seja esta inserida em sistemas de ensinos presenciais, mistos ou completamente realizada por meio da distância física.

O EAD surge a partir da invenção da imprensa por Gutenberg em 1453, quando o homem começou a aprender diretamente dos textos, e não diretamente do professor. O correio foi o modelo precursor nos Estados Unidos da América e na Europa, sendo que, no final do milênio passado, é que surgiram os grandes sistemas de educação superior à distância na Europa, Canadá, EUA e Austrália. No Brasil, temos como precursor a Escola Internacional (1904) com seus cursos por correspondência. Tivemos outros marcos importantes: a Fundação Rádio Monitor (1939), o Instituto Universal Brasileiro (1941), a Tele educação (anos 60), o Projeto Minerva e Telecurso 2000, a criação da Associação Brasileira de Ensino a Distância (Abed) em 1995 e o reconhecimento do EAU como modalidade de educação pelo MEC (normalizada pela LDB em 1996 e 1998).

O EAD no Brasil está regulamentado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e o artigo 20 do Decreto Federal 2.494/98 destaca: "... Os cursos a distância que conferem certificado ou diploma de conclusão de ensino fundamental para jovens e adultos, do ensino médio, da educação profissional e de graduação serão oferecidos por instituições publicas ou privadas especificamente credenciadas l)ara esse fim (...)". Atualmente, as universidades corporativas surgem como umas das maiores patrocinadoras do EAD no Brasil e no mundo em função da necessidade do incremento qualitativo quantitativo da educação empresarial e
garantia da educação continuada interna.

Dados recentes indicam que o Brasil já possui aproximadamente 100 universidades corporativas contra 2.000 americanas. No que se refere às universidades virtuais, somente a partir de 1996 é que as universidades brasileiras despertaram para esta modalidade de ensino, das quais podemos destacar: PUC-RS, UFSC, Unisul e FGV on-line, que dispõem de todo aparato tecnológico, como Internet, salas de" videoconferências, teleconferências, videoaulas, CD-ROM, dentre outros, para que o processo ensino-aprendizagem seja realizado de forma mais eficaz. Buscando cumprir seu principal objetivo, que é o de aumentar o acesso ao conhecimento diminuindo barreiras geográficas, flexibilizando o local e o horário das aulas e utilizando diferentes estratégias pedagógicas, atendendo a diferentes perfis e necessidade de desenvolvimento de competências, o EAD apresenta as seguintes vantagens: atinge maior audiência;1 atende estudantes que não podem assistir às aulas na escola; os estudantes podem ser instruídos por professores das melhores instituições de ensino; os custos iniciais, em muitos casos, competem vantajosamente com a ,educação tradicional; acesso facilitado à educação; favorece ao aluno a possibilidade de escolher rotas de aprendizagem; e compartilhamento de recursos.

Porém, este processo de ensino apresenta limitações que devem ser consideradas em sua implementação: a lacuna deixada, pela ausência da interação face-a-face do educador com seus alunos e vice-versa, o reconhecimento dos cursos (como garantir um mínimo de qualidade a estes programas?) e a dificuldade em se lidar com a tecnologia (EAD é para todos?).

A onda de mudanças chega independente das vontades individuais, portanto, é necessário analisar criticamente todo o contexto e tirar vantagens destas novas tecnologias sem deixar de lado as suas limitações. O ensino a distância apresenta-se como uma alternativa para incrementar o déficit educacional brasileiro. porém é necessário que os atores, governo, instituições, educadores, alunos e professores cumpram bem o seu papel e que tenhamos uma tecnologia adequada para cada situação (público-alvo). Qualquer que seja a tecnologia e as ferramentas selecionadas como recursos de aprendizagem, é fundamental o planejamento e as estratégias de ação didática.

Gerisval Alves
Mestre em Gestão Empresarial (FGV -RJ)
Especialista em Engenharia da Qualidade
Prof. da Faculdade Atenas Maranhense - FAMA

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