Esse blog tem o intuito de proporcionar conhecimentos e informações relevantes ao campo da Administração!

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sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

FOI UM SUCESSO (se você não foi, PERDEU)!!!

O Auditório da Reitoria estava lotado para receber o palestrante Carlos Alberto Barbosa, consultor da BOVESPA, que, a convite do Centro Acadêmico de Administração da UFS, proferiu palestra intitulada A BOVESPA e o Mercado de Ações”, na última quarta-feira, dia 24/01, às 19:00.

A Palestra, amplamente divulgada, foi voltada para os alunos dos cursos de Administração e Economia e abordou temas ligados à administração financeira, como O mercado de ações, Como comprar ações, Clube de Investimento e
responsabilidade Social, além de demonstrar como pode ser rentável aplicações nessa modalidade de carteira de investimento.

Na ocasião aconteceu a premiação da equipe vencedora do torneio de FutSal, promovido pelo CAAD/UFS. A equipe vencedora, Bolls in Fire, cujo capitão Gilliard, recebeu o troféu das mãos do Chefe do Departamento de Administração, Professor Eduardo Farias.

Conforme foi divulgado anteriormente, a "entrada" cobrada pela palestra seria de 1 Kg de alimento não perecível a ser doado ao Lar de Caridade "Creche do Almir do Picolé". Os alunos contribuíram com aproximadamente 130 Kg de alimentos que foram pronta e imediatamente entregues ao Almir, que com sua simpatia e simplicidade, fez-se presente em nosso evento e, em discurso ressaltou a importância de gestos como o do CAAD/UFS que sempre o ajudou no possível, através de arrecad
ação de alimentos em eventos ou mesmo de dinheiro na calourada.

E não para por aí: estamos articulando mais novidades... é só aguardar!!!

Abaixo, seguem algumas fotos do evento.









ARTIGO DA SEMANA: "Cuidado com os Burros Motivados"

Tá, eu sei que é "Auto-Ajuda", mas a proposta central, a "mensagem" é interessante e fala da nossa realidade social, realidade esta que interfere em nossa vida profissional. Portanto, achei legal postar.

A revista Isto É publicou a entrevista abaixo, feita por Camilo Vannuchi.

O entrevistado é Roberto Shinyashiki, médico psiquiatra, com Pós-Graduação em administração de empresas pela USP, consultor organizacional e conferencista de renome nacional e internacional.

"Cuidado com os burros motivados"

Em "Heróis de Verdade", o escritor combate a supervalorização da aparência e diz que falta ao Brasil competência, e não auto-estima.

ISTOÉ -- Quem são os heróis de verdade?

Roberto Shinyashiki -- Nossa sociedade ensina que, para ser uma pessoa de sucesso, você precisa ser diretor de uma multinacional, ter carro importado, viajar de primeira classe. O mundo define que poucas pessoas deram certo. Isso é uma loucura. Para cada diretor de empresa, há milhares de funcionários que não chegaram a ser gerentes. E essas pessoas são tratadas como uma multidão de fracassados. Quando olha para a própria vida, a maioria se convence de que não valeu a pena porque não conseguiu ter o carro nem a casa maravilhosa. Para mim, é importante que o filho da moça que trabalha na minha casa possa se orgulhar da mãe. O mundo precisa de pessoas mais simples e transparentes. Heróis de verdade são aqueles que trabalham para realizar seus projetos de vida, e não para impressionar os outros. São pessoas que sabem pedir desculpas e admitir que erraram.

ISTOÉ -- O sr. citaria exemplos?

Shinyashiki -- Quando eu nasci, minha mãe era empregada doméstica e meu pai, órfão aos sete anos, empregado em uma farmácia. Morávamos em um bairro miserável em São Vicente (SP) chamado Vila Margarida. Eles são meus heróis. Conseguiram criar seus quatro filhos, que hoje estão bem. Acho lindo quando o Cafu põe uma camisa em que está escrito "100% Jardim Irene". É pena que a maior parte das pessoas esconda suas raízes. O resultado é um mundo vítima da depressão, doença que acomete hoje 10% da população americana. Em países como Japaõ, Suécia e Noruega, há mais suicídio do que homicídio. Por que tanta gente se mata? Parte da culpa está na depressão das aparências, que acomete a mulher que, embora não ame mais o marido, mantém o casamento, ou o homem que passa décadas em um emprego que não o faz se sentir realizado, mas o faz se sentir seguro.

ISTOÉ - Qual o resultado disso?

Shinyashiki -- Paranóia e depressão cada vez mais precoces. O pai quer preparar o filho para o futuro e mete o menino em aulas de inglês, informática e mandarim. Aos nove ou dez anos a depressão aparece. A única coisa que prepara uma criança para o futuro é ela poder ser criança. Com a desculpa de repará-los para o futuro, os malucos dos pais estão roubando a infância dos filhos. Essas crianças serão adultos inseguros e terão discursos hipócritas. Aliás, a hipocrisia já predomina no mundo corporativo.

ISTOÉ - Por quê?

Shinyashiki -- O mundo corporativo virou um mundo de faz-de-conta, a começar pelo processo de recrutamento. É contratado o sujeito com mais marketing pessoal. As corporações valorizam mais auto-estima do que a competência. Sou presidente da Editora Gente e entrevistei uma moça que respondia todas as minhas perguntas com uma ou duas palavras. Disse que ela não parecia demonstrar interesse. Ela me respondeu estar muito interessada, mas, como falava pouco, pediu que eu pesasse o desempenho dela, e não a conversa. Até porque ela era candidata a um emprego na contabilidade, e não de relações públicas. Contratei-a na hora. Num processo clássico de seleção, ela não passaria da primeira etapa.

ISTOÉ -- Há um script estabelecido?

Shinyashiki -- Sim. Quer ver uma pergunta estúpida feita por um presidente de multinacional no programa O aprendiz? "Qual é seu defeito?" Todos respondem que o defeito é não pensar na vida pessoal: "Eu mergulho de cabeça na empresa. Preciso aprender a relaxar". É exatamente o que o Chefe quer escutar. Por que você acha que nunca alguém respondeu ser desorganizado ou esquecido? É contratado quem é bom em conversar, em fingir. Da mesma forma, na maioria das vezes, são promovidos aqueles que fazem o jogo do poder. O vice-presidente de uma das maiores empresas do planeta me disse: "Sabe, Roberto, ninguém chega à vice-presidência sem mentir". Isso significa que quem fala a verdade não chega a diretor?

ISTOÉ -- Temos um modelo de gestão que premia pessoas mal preparadas?

Shinyashiki -- Ele cria pessoas arrogantes, que não têm a humildade de se preparar, que não têm capacidade de ler um livro até o fim e não se preocupam com o conhecimento. Muitas equipes precisam de motivação, mas o maior problema no Brasil é competência. Cuidado com os burros motivados. Há muita gente motivada fazendo besteira. Não adianta você assumir uma função para a qual não está preparado. Fui cirurgião e me orgulho de nunca um paciente ter morrido na minha mão. Mas tenho a humildade de reconhecer que isso nunca aconteceu graças a meus chefes, que foram sábios em não me dar um caso para o qual eu não estava preparado. Hoje, o garoto sai da faculdade achando que sabe fazer uma neurocirurgia. O Brasil se tornou incompetente e não acordou para isso.

ISTOÉ -- Está sobrando auto-estima?

Shinyashiki -- Falta às pessoas a verdadeira auto-estima. Se eu preciso que os outros digam que sou o melhor, minha auto-estima está baixa. Antes, o ter conseguia substituir o ser. O cara mal-educado dava uma gorjeta alta para conquistar o respeito do garçom. Hoje, como as pessoas não conseguem nem ser nem ter, o objetivo de vida se tornou parecer. As pessoas parecem que sabem, parecem que fazem, parecem que acreditam. E poucos são humildes para confessar que não sabem. Há muitas mulheres solitárias no Brasil que preferem dizer que é melhor assim. Embora a auto-estima esteja baixa, fazem pose de que está tudo bem.

ISTOÉ -- Por que nos deixamos levar por essa necessidade de sermos perfeitos em tudo e de valorizar a aparência?

Shinyashiki -- Isso vem do vazio que sentimos. A gente continua valorizando os heróis. Quem vai salvar o Brasil? O Lula. Quem vai salvar o time? O técnico. Quem vai salvar meu casamento? O terapeuta. O problema é que eles não vão salvar nada! Tive um professor de filosofia que dizia: "Quando você quiser entender a essência do ser humano, imagine a rainha Elizabeth com uma crise de diarréia durante um jantar no Palácio de Buckingham". Pode parecer incrível, mas a rainha Elizabeth também tem diarréia. Ela certamente já teve dor de dente, já chorou de tristeza, já fez coisas que não deram certo. A gente tem de parar de procurar super-heróis. Porque se o super-herói não segura a onde, todo mundo o considera um fracassado.

ISTOÉ -- O conceito muda quando a expectativa não se comprova?

Shinyashiki -- Exatamente. A gente não é super-herói nem superfracassado. A gente acerta, erra, tem dias de alegria e dias de tristeza. Não há nada de 1errado nisso. Hoje, as pessoas estão questionando o Lula em parte porque acreditavam que ele fosse mudar suas vidas e se decepcionaram. A crise será positiva se elas entenderem que a responsabilidade pela própria vida é delas.

ISTOÉ -- Muitas pessoas acham que é fácil para o Roberto Shinyashiki dizer essas coisas, já que ele é bem-sucedido. O senhor tem defeitos?

Shinyashiki -- Tenho minhas angústias e inseguranças. Mas aceitá-las faz minha vida fluir facilmente. Há várias coisas que eu queria e não consegui. Jogar na Seleção Brasileira, tocar nos Beatles (risos). Meu filho mais velho nasceu com uma doença cerebral e hoje tem 25 anos. Com uma criança especial, eu aprendi que ou eu a amo do jeito que ela é ou vou massacrá-la o resto da vida para ser o filho que eu gostaria que fosse. Quando olho para trás, vejo que 60% das coisas que fiz deram certo. O resto foram apostas e erros. Dia desses apostei na edição de um livro que não deu certo. Um amigão me perguntou: "Quem decidiu publicar esse livro?" Eu respondi que tinha sido eu. O erro foi meu. Não preciso mentir.

ISTOÉ - Como as pessoas podem se livrar dessa tirania da aparência?

Shinyashiki -- O primeiro passo é pensar nas coisas que fazem as pessoas cederem a essa tirania e tentar evitá-las. São três fraquezas. A primeira é precisar de aplauso, a segunda é precisar se sentir amada e a terceira é buscar segurança. Os Beatles foram recusados por gravadoras e nem por isso desistiram. Hoje, o erro das escolas de música é definir o estilo do aluno. Elas ensinam a tocar como o Steve Vai, o B.B. King ou o Keith Richards. Os MBAs têm o mesmo problema: ensinam os alunos a serem covers do Bill Gates. O que as escolas deveriam fazer é ajudar o aluno a desenvolver suas próprias potencialidades.

ISTOÉ -- Muitas pessoas têm buscado sonhos que não são seus?

Shinyashiki -- A sociedade quer definir o que é certo. São quatro loucuras da sociedade. A primeira é instituir que todos têm de ter sucesso, como se ele não tivesse significados individuais. A segunda loucura é: você tem de estar feliz todos os dias. A terceira é: você tem que comprar tudo o que puder. O resultado é esse consumismo absurdo. Por fim, a quarta loucura: você tem de fazer as coisas do jeito certo. Jeito certo não existe. Não há um caminho único para se fazer as coisas. As metas são interessantes para o sucesso, mas não para a felicidade. Felicidade não é uma meta, mas um estado de espírito. Tem gente que diz que não será feliz enquanto não casar, enquanto outros se dizem infelizes justamente por causa do casamento. Você pode ser feliz tomando sorvete, ficando em casa com a família ou com amigos verdadeiros, levando os filhos para brincar ou indo a praia ou ao cinema. Quando era recém-formado em São Paulo, trabalhei em um hospital de pacientes terminais. Todos os dias morriam nove ou dez pacientes. Eu sempre procurei conversar com eles na hora da morte. A maior parte pega o médico pela camisa e diz: "Doutor, não me deixe morrer. Eu me sacrifiquei a vida inteira, agora eu quero aproveitá-la e ser feliz". Eu sentia uma dor enorme por não poder fazer nada. Ali eu aprendi que a felicidade é feita de coisas pequenas. Ninguém na hora da morte diz se arrepender por não ter aplicado o dinheiro em imóveis ou ações, mas sim de ter esperado muito tempo ou perdido várias oportunidades para aproveitar a vida.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

Tem Palestra de BOVESPA promovida pelo CAAD!!!

Estivemos ausentes por uma semana, após o recesso...
Mas o silêncio não é sempre sinônimo de descaso ou desprezo.
Nós, do CAAD estávamos muito empenhados em trazer Eventos importantes para agregar valor aao nosso curso...

E CONSEGUIMOS!!!

No dia 24 de janeiro de 2007, às 19h na Universidade Federal de Sergipe – UFS, no auditório da Reitoria, estaremos promovendo a Palestra “A BOVESPA e o Mercado de Ações.


A palestra será ministrada por Carlos Alberto Barbosa da Silva, administrador de empresas formado pela Universidade Estácio de Sá. Realizou diversos cursos sobre Mercado de Capitais pelo Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (IBMEC). Atuou como Diretor Executivo da Interbank Corretora de Título e Valores, Gerente operacional na Corretora Fair, Gerente da Fundação Vale do Rio Doce de Seguridade Social – VALIA, também exerceu atividades relacionadas ao Mercado de Renda Fixa. Atualmente presta serviços como consultor da Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA) para divulgação do Programa Educacional.

Informamos ainda que a palestra tem como objetivo explicar o funcionamento e os conceitos básicos sobre o mercado de ações e os assuntos abordados são:

  • O mercado de ações
  • A Bovespa
  • Como comprar ações
  • Bovespa vai até você
  • Clube de Investimento
  • Responsabilidade Social
Vamos aproveitar a oportunidade e aprender um pouco mais sobre o assunto. Afinal, a demanda por administradores que atuem na área financeira é crescente e muito bem remunerada.

As inscrições podem ser feitas no Centro Acadêmico de Administração.


Um abraço a todos.

Fernando Reis Neto
Centro Acadêmico de Administração - CAAD/UFS
Coord. de Marketing e Comunicação

sábado, 6 de janeiro de 2007

ARTIGO DA SEMANA: "Comunicação do Século da Pressa para o 3º Milênio"

Quem ainda acredita no velho axioma de que "pode mais quem sabe mais" precisa repensar a sua forma de trabalhar o conhecimento. O século 20, chamado "o século da pressa", consagrou uma nova verdade que ressalta a importância da comunicação no contexto empresarial e social, mudando o antigo conceito para "pode mais quem sabe antes".

Tem-se criado infinitos recursos gráficos, audiovisuais, etc. que a todo o momento revolucionam os meios de comunicação de forma a tornar rápido e eficaz o fluxo de informações. Do telefone ao telex e deste ao fax, do telégrafo à TV e ao radar, do envio de correspondência por mensageiro ao correio eletrônico, do rádio à comunicação direta via satélite, hoje se acha disponível uma imensa gama de recursos utilizados pelas organizações, que saíram dos quadros de aviso e jornais internos ("house-organs") para um complexo sistema internacional de rede de comunicação como a Internet.

Com toda essa facilidade, hoje só sabe menos que o concorrente quem quer. Existe uma enorme facilidade de acesso a muito mais informações do que precisamos - e conseguimos - assimilar. Daí que ninguém mais pode partir da premissa de que sabe mais. Porém, sai na frente quem se adianta para buscar a informação que precisa antes que seu concorrente o faça, e isso, sim, é que faz a diferença. No século da pressa, a exemplo de uma corrida de Fórmula 1, qualquer segundo pode representar uma grande vantagem em relação ao adversário. Gloriosos segundos à frente no vertiginoso mercado destes novos tempos pode significar a diferença entre o sucesso e o fracasso de um empreendimento.

Com o desenvolvimento tecnológico da comunicação, hoje em dia está se tornando cada vez mais comum a formação de equipes virtuais que, mesmo tendo todos os seus integrantes separados por grandes distâncias, podem trabalhar em conjunto através dos sistemas informatizados que utilizam para suas "reuniões". Qualquer usuário de um telefone digital, já amplamente difundido nos sistemas telefônicos de todo o país, já tem acesso fácil a um serviço de teleconferência, que lhe permite estabelecer conversação simultânea com até 12 pessoas ao mesmo tempo, dispensando a presença física para que grandes decisões possam ser tomadas pelos componentes do grupo.

Os sistemas de comunicação à distância estão fazendo surgir também um novo tipo de profissional, e também de forma de relacionamento empresa-empregado: trata-se do "home-office". Ou seja, o trabalho executado em casa, sem necessidade de deslocamentos que aumentam custos tanto para a empresa como para o funcionário: a estrutura daquela pode ficar mais enxuta, com elevada economia de recursos e o empregado dispensa gastos com refeições externas, passagens e roupas. Todos os contatos são feitos via computador, fax, telefone ou até por circuitos integrados de TV.

A comunicação tem o poder de transformar um aglomerado de pessoas em uma equipe, e torná-la tão eficaz quanto mais eficientes forem os canais estabelecidos para servi-la. Num processo voltado para a Qualidade, compete ao gerente estabelecer canais confiáveis e sistematizados de comunicação, de forma a garantir a adequação do fluxo de informações em todos os níveis na sua área de atuação, promovendo a perfeita integração da equipe e facilitando assim o alcance de suas metas.

Isso permite trazer as informações da ponta, realizar um efetivo gerenciamento das relações com os clientes e com o mercado de um modo geral, efetuar-se um adequado acompanhamento das ações delegadas, divulgar amplamente a missão, estratégias e planos organizacionais, além de, entre outras vantagens, zelar pela imagem que a empresa conquistou junto a seus clientes.

Estabelece-se assim um permanente canal de acesso aberto nos dois sentidos de forma que, por um lado, possam ser divulgados objetivos, produtos e serviços e, por outro, possam chegar subsídios que norteiem o processo de promover a contínua satisfação e superar as expectativas dos clientes.

Luiz Roberto Bodstein
É consultor de organizações, especialista em Desenvolvimento Gerencial e Humano, Planejamento Estratégico e Programas de Qualidade nas organizações

Agronegócio traz ao Brasil US$ 239 bilhões em dez anos.

A agropecuária brasileira é vítima da própria eficiência. O setor paga caro pelo excesso de dólares que traz ao país. Nos últimos dez anos - de 1997 a 2006 -, a receita líquida da balança comercial do agronegócio soma US$ 239 bilhões. Se por um lado o agronegócio salva as contas nacionais, por outro derruba a cotação do dólar, um dos fatores de perda de renda para os produtores.

Como a agropecuária brasileira é exportadora - devido à falta de crescimento interno da economia e de um mercado externo com demanda forte -, o real valorizado e o dólar fraco fazem o produtor brasileiro perder renda nas exportações.

Mas, mesmo com volume elevado de dólares, o agronegócio continua surpreendendo e, ao contrário do que se previa, as receitas externas do ano passado voltaram a registrar recorde.

Apesar de todos os problemas internos vividos pela agropecuária em 2006, as exportações do agronegócio continuaram a todo o vapor, com receitas líquidas de US$ 42 bilhões. E esse ritmo deve continuar neste ano, devido às mudanças de cenário nos preços externos. As receitas do agronegócio deste ano devem somar US$ 44,5 bilhões, segundo Victor Abou Nehmi Filho, do Instituto FNP.

Os últimos dois anos podem ser classificados entre os piores para a história da agricultura brasileira. E a situação só não ficou pior devido ao grande volume de dinheiro que o governo foi obrigado a injetar no setor.

Até a soja, que há muitos anos caminhava com as próprias pernas, foi um dos principais focos de ajuda do governo. A crise foi tão acentuada que até as multinacionais reduziram os preços dos insumos que fornecem aos agricultores. Do contrário, as vendas teriam caído ainda mais.

"Foi um período para ser riscado da história da agricultura, mas não para ser esquecido." A afirmação é do paranaense José Pitoli, há três décadas na agricultura e que diz nunca ter visto dois anos seguidos tão ruins como foram 2005 e 2006.

Se a frase parece um contrasenso, é, na verdade, um lembrete. Muitos erros foram cometidos pelos produtores no auge dos preços das commodities, diz Pitoli. Sem se preocupar com a gestão dos negócios, muitos produtores aumentaram a área de plantio e compraram mais máquinas. Foram pegos no contrapé na crise.

Aliás, gestão é a palavra do momento e uma das indicações de saída da crise. Este ano deve marcar o início da recuperação, mas o crescimento deverá ser mais com qualidade do que com quantidade, afirma Anderson Galvão, especialista em soja da Consultoria Céleres, de Uberlândia (Minas Gerais).

Fernando Muraro, da AgRural, de Curitiba (PR), também destaca que a gestão é fundamental para o produtor. As commodities agrícolas seguem o caminho de investimentos do mercado financeiro, diz ele.

Oferta e demanda deixaram de ser parâmetro para uma avaliação futura de preços. Uma análise do mercado de soja, por exemplo, exige amplo conhecimento da situação mundial do petróleo, dos efeitos da agroenergia sobre o milho e da conseqüência do biodiesel sobre a própria soja. Só depois é possível fazer uma análise dos preços da oleaginosa, diz Muraro.

Apesar de todos os problemas vividos pelos agricultores nos dois últimos anos, o cenário é bastante favorável em 2007. Os produtores entram neste ano com um volume de dívidas acima do normal, mas as condições climáticas e de preços podem servir de alívio.

Para o ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, as nuvens negras estão indo embora do campo. E um dos motivos é a agroenergia.

Para André Pessoa, da Agroconsult, o fluxo de caixa vai melhorar na agricultura, que começa novo ciclo de crescimento. O estoque das dívidas e o caminho para saneá-las vão determinar a extensão e a intensidade desse crescimento.

O milho deve ser, em 2007, a vedete que a cana-de-açúcar foi em 2006. E, como diz Muraro, uma alta nos preços do milho mexe com todas as outras commodities, como soja e trigo.

Leonardo Sologuren, especialista em milho da Céleres, diz que o cenário é bom para o produto neste ano. A redução de excedente nos Estados Unidos e a entrada da China no setor de agroenergia darão maior rentabilidade ao produto.

O Brasil será um dos grandes favorecidos, podendo exportar, já neste ano, 5 milhões de toneladas. Em dez anos, o país poderá colocar no mercado externo 18 milhões de toneladas, segundo Sologuren.

Para Nehmi, o milho começa a atrair neste ano também as multinacionais, que já fazem contratos antecipados para dois anos. "O interesse dessas empresas globais significa uma possibilidade latente - e não mais circunstancial - para o Brasil", acrescenta Sologuren.

Se houver problema na próxima safra norte-americana de milho, o Brasil poderia obter US$ 800 milhões em receitas neste ano. Na avaliação dos especialistas, esse é um produto cujas receitas líquidas vão superar US$ 1 bilhão em breve.

Mauro Zafalon
Folha de S.Paulo

Empresas novatas fizeram a festa na Bovespa em 2006

Empresas de vários setores da economia brasileira encontraram na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) uma forma de se beneficiar do excesso de dinheiro existente no mercado mundial. O movimento, que deve se repetir em 2007, foi marcado pela abertura de capital de empresas de médio porte, mas que têm grande representatividade em seus ramos de atividade, como é o caso da Construtora Gafisa, a Imobiliária Lopes e a Medial Saúde, entre outras.

Segundo dados da Bolsa paulista, o faturamento médio anual dessas companhias ficou em R$ 550 milhões. No total, 25 empresas estrearam suas ações na Bovespa em 2006, ante nove em 2005 e sete em 2004. O volume de operações primárias somou R$ 9,2 bilhões. ?Com raras exceções, os lançamentos feitos neste ano tiveram bastante sucesso, com valorizações expressivas dos papéis?, afirmou o superintendente de relações com empresas da Bovespa, João Batista Fraga.

Outro ponto positivo é que das 25 companhias que entraram na Bovespa, 20 ingressaram no Novo Mercado. Para fazer parte desse segmento, a empresa deve adotar práticas de governança corporativa e tornar as informações mais transparentes. Com isso, os investidores têm mais segurança e os custos de captação de recursos são reduzidos. Além disso, as ações negociadas no Novo Mercado têm mais liquidez.

De acordo com os especialistas, a maioria das companhias que entraram para o seleto rol da Bovespa usou os recursos para investimento produtivo, o que pode trazer bons resultados para a economia nacional. Algumas raras exceções aproveitaram a liquidez internacional para a reestruturação de dívidas. Mas isso ocorreu em número menor, afirma Fraga, da Bovespa.

Agência Estado

Fonte: www.administradores.com.br

Lei Geral propicia nova fase para pequenas empresas.

A Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, sancionada no dia 14 de dezembro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, significa na prática menos burocracia, menos impostos e mais crescimento para as micro e pequenas empresas do País. A lei está em vigor desde o dia 15 de dezembro, data de sua publicação no Diário Oficial da União, com exceção do capítulo tributário, que terá vigência a partir de 1º de julho de 2007.

Entre os pontos fundamentais da nova legislação, está a definição dos conceitos nacionais de micro e pequena empresa, estabelecendo-se que 'pequenas' são aquelas com faturamento bruto anual de até R$ 2,4 milhões, e 'micro' as com faturamento bruto anual de até R$ 240 mil.

A lei cria o Simples Nacional, que substitui o atual Simples e engloba tributos federais, estaduais e municipais, a serem recolhidos mensalmente, a partir da mesma base de cálculo e de uma escrituração contábil e fiscal única. A medida simplifica a arrecadação e diminui a carga tributária para os pequenos negócios.

A íntegra da Lei Complementar Nº 123, de 14 de dezembro de 2006, conhecida como Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas pode ser acessada pelo link http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp123.htm .


Veja abaixo os principais benefícios da Lei Geral:

Novos segmentos no Simples Nacional

A Lei Geral estabelece a inclusão de novos setores no Simples Nacional. São eles:

1) veículos de comunicação, de radiodifusão sonora e de sons e imagens, e mídia externa;

2) empresas que se dediquem à construção de imóveis e obras de engenharia em geral, inclusive sob a forma de subempreitada;

3) operadores autônomos de transporte de passageiros;

4) empresas montadoras de estandes para feiras;

5) escolas livres, de línguas estrangeiras, artes, cursos técnicos e gerenciais;

6) produção cultural e artística;

7) produção cinematográfica e de artes cênicas;

8) administração e locação de imóveis de terceiros, cumulativamente;

9) academias de dança, de capoeira, de ioga, e de artes marciais;

10) academias de atividades físicas, desportivas, de natação e escolas de esportes;

11) elaboração de programas de computadores, inclusive jogos eletrônicos, desde que desenvolvidos em estabelecimento do optante;

12) licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computação;

13) planejamento, confecção, manutenção e atualização de páginas eletrônicas, desde que realizados em estabelecimento do optante;

14) escritórios de serviços contábeis;

15) serviço de vigilância, limpeza ou conservação.


Segmentos que continuam no Simples Nacional

A Lei Geral mantém no Simples Nacional as atividades que já podiam pagar tributos pelo antigo Simples. São elas:

1) creche, pré-escola e estabelecimento de ensino fundamental;

2) agência terceirizada de correios;

3) agência de viagem e turismo;

4) centro de formação de condutores de veículos automotores de transporte terrestre de passageiros e de carga;

5) agência lotérica;

6) serviços de manutenção e reparação de automóveis, caminhões, ônibus, outros veículos pesados, tratores, máquinas e equipamentos agrícolas;

7) serviços de instalação, manutenção e reparação de acessórios para veículos automotores;

8) serviços de manutenção e reparação de motocicletas, motonetas e bicicletas;

9) serviços de instalação, manutenção e reparação de máquinas de escritório e de informática;

10) serviços de reparos hidráulicos, elétricos, pintura e carpintaria em residências ou estabelecimentos civis ou empresariais, bem como manutenção e reparação de aparelhos eletrodomésticos;

11) serviços de instalação e manutenção de aparelhos e sistemas de ar condicionado, refrigeração, ventilação, aquecimento e tratamento de ar em ambientes controlados.


Cálculo e pagamento de impostos

Pagamento único dos impostos federais, estaduais e municipais, por meio de um percentual reduzido que incidirá sobre o faturamento do mês. ICMS, INSS patronal, PIS, Cofins, IRPJ e CSLL serão unificados. No lugar de várias guias de recolhimento, com várias datas e cálculos diferentes, haverá apenas um pagamento, com data e cálculo único de quitação.


Abertura e formalização de empresas

Grande desburocratização, com a facilitação da abertura, racionalização das exigências de documentos e comprovantes para os empreendedores. Em vez de vários números de identificação (inscrição estadual, municipal, CNPJ, dentre outros), será um único número, baseado no CNPJ. A abertura da empresa será efetuada mediante registro simplificado dos seus atos constitutivos, dispensando a microempresa e a empresa de pequeno porte de inscrição em qualquer outro cadastro. Além disso, todas as exigências para a abertura da empresa serão consolidadas e disponibilizadas de uma só vez, para que o empresário saiba o que deve fazer para formalizar o seu negócio.


Licenças para funcionamento da empresa

Os órgãos envolvidos na abertura e fechamento de empresas que sejam responsáveis pela emissão de licenças, alvará e autorizações de funcionamento somente realizarão vistorias após o início de operação do estabelecimento, na grande maioria dos casos. Para o funcionamento imediato da empresa, será emitido o Alvará de Funcionamento Provisório.


Fechamento da empresa

A baixa da empresa será automática, mesmo que tenha débitos tributários, que poderão ser assumidos pelos sócios, liberando-os para abrir outros negócios. Não será mais necessário esperar meses.


Preferência nas compras públicas

Nas licitações públicas, está previsto que as compras de bens e serviços de até R$ 80 mil serão feitas exclusivamente de pequenos negócios, e também há permissão para a sua subcontratação por empresas de maior porte, possibilidade de fornecimentos parciais de grandes lotes, dentre outros dispositivos que farão com que as pequenas empresas efetivamente consigam participar de licitações em condições de igualdade com as grandes empresas. Com isso, as prefeituras, por exemplo, poderão realizar as compras de empresas da própria localidade, beneficiando a economia local.

A medida necessita regulamentação em todos os entes da Federação, ou seja, União, estados e municípios precisam cada um de legislação específica, determinando a aplicação da medida, como por exemplo, produtos e serviços que serão objeto de compras preferenciais de micro e pequenas empresas, medidas que reforcem a transparência, divulgação local e planos de gestão desta política.


Exportações

As exportações de pequenas empresas serão desoneradas, levando a esse segmento benefícios já usufruídos pelas grandes empresas. Os optantes pelo Simples Nacional terão uma grande redução de custos tributários nas suas exportações.


Formação de consórcio para compra e venda

Criação do consórcio simples, tipo de associação empresarial com o qual os pequenos negócios poderão se associar visando ganhos de escala, competitividade e acesso a novos mercados. Com maior poder de negociação, as micro e pequenas empresas poderão comprar melhor e também vender melhor, fortalecendo o que se faz hoje por meio das centrais de negócios.


Obtenção de crédito

Reforço ao cooperativismo de crédito e ao microcrédito, principalmente com a possibilidade das cooperativas de crédito que tenham ME e EPP, ou seus sócios, em seus quadros, acessarem recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), o que barateará e alongará os prazos de financiamentos.


Inovação tecnológica

Está previsto que, no mínimo, 20% dos recursos públicos voltados para pesquisa, desenvolvimento e capacitação tecnológica sejam investidos em micro e pequenas empresas. Como isso ficarão mais competitivas, agregando valor aos seus produtos.


Planejamento dos negócios

A contabilidade da empresa poderá efetivamente se voltar para seu planejamento e não mais para o simples cumprimento de obrigações fiscais e burocráticas. Será uma verdadeira ferramenta de gestão.

Fonte: Agência Sebrae de Notícias

Receita passa a exigir certificação digital de empresas.

As empresas brasileiras que têm interesse começar a atuar no comércio exterior deverão obter a certificação digital junto à Receita Federal do País. A regra, segundo a Agência Estado, será válida para os novos pedidos de habilitação no Siscomex (Sistema de Comércio Exterior). As cerca de 36 mil empresas já habilitadas terão até 31 de dezembro deste ano para aderirem à certificação digital.

O certificado digital é um tipo de identidade eletrônica, que pode ser usada na internet e terá validade jurídica, como uma assinatura. O coordenador-geral da Administração Aduaneira da Receita Federal, Ronaldo Medina, ressaltou que o responsável legal pela empresa que começar a operar no comércio exterior somente terá acesso ao cadastro de representantes do Siscomex na internet com a certificação digital.

A nova regra deve ser adotada também por empresas cuja senha do responsável legal no sistema esteja bloqueada, expirada ou perdida. Será necessário um novo pedido de senha e, para reiniciarem as operações, terão de estar com a certificação digital liberada. Em 2007, a Receita passará a exigir de um grupo de 180 mil empresas o uso da certificação digital para a entrega da DIPJ (Declaração de Informações Econômico-fiscais da Pessoa Jurídica), o “Imposto de Renda” das empresas, que tem período de entrega de 2 de maio a 29 de junho. A exigência alcançará as empresas que recolhem impostos e contribuições com base no regime de tributação por lucro real.

Agencia Estado